Cobras e seus dentes

 

Fonte: Agro 2.0

  A variedade de serpentes que existem na natureza é muito grande e essa variedade proporciona diversos métodos adaptados anatomicamente para o "bote" bem-sucedido. Para uma melhor compreensão do fato exposto vamos analisar a diferenciação na dentição das serpentes.

  Os dentes das serpentes podem ser classificados como:

  - Áglifa: que proporciona uma dentição simples, sem a presença de dente especializado e, geralmente, não apresentam peçonha. Mas seus dentes, proporcionam uma adesão satisfatória, por mais que o foco dessas serpentes seja o "bote" por constrição, como é apresentado por serpentes da família Boidae. Ou seja, seu corpo é adaptado para prensar a presa e, muitas das vezes, levá-la ao óbito por asfixia.

  - Opistóglifa: Apresentam um ou mais dentes traseiros com a especialização de inoculação de peçonha, sendo assim, proporcionam um perigo maior no uso da boca no "bote". Representada, geralmente, pela família Colubridae.

  - Proteróglifa: Nesse caso, as serpentes apresentam dentes anteriores alterados, ou seja, com canais parcialmente fechados. Apresentam um grande nível de importância em saúde, já que a família Elapidae apresenta toxinas com alto nível de periculosidade. Conhecidas popularmente por "corais verdadeira".

  - Solenóglifa: As serpentes que apresentam dentição solenóglifa, geralmente também apresentam ¹fosseta loreal e contém dentição especializada oca, que proporciona facilidade na inoculação do veneno. Seu dente especializado fica em paralelo com o crânio e apresenta perpendicularidade quando a serpente expõe seus dentes.

Vale ressaltar que independentemente do nível de toxicidade da serpente, todas elas devem ser respeitadas e nunca maltratadas.

  Assim, a variação de dentes entre as diversas espécies de serpentes é de extrema importância pois auxilia na diferenciação na identificação e na praticidade do "bote" proporcionando uma alimentação adequada ao animal.


  ¹Fosseta loreal é um órgão localizado próximo ao nariz da serpente que proporciona a visão térmica do animal, facilitando a distinção entre as presas.


  Referências:

  INSTITUTO BUTANTAN (São Paulo). Animais venenosos: Serpentes, anfíbios, aranhas, escorpiões, insetos e lacraias. 2.ed.rev.ampl., São Paulo, ed. 2, p. 4-9, 2017.

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